Aos Órgãos de Comunicação Social
Exmos. (as) Senhores (as)
Está na hora de salários e reformas justas e melhores condições de trabalho, alertam todos os Sindicatos dos Bancários que decidem ações conjuntas
Os Sindicatos do setor bancário [STEC, SNQTB, MAIS Sindicato, SBN, SIB, SBC, e SinTAF] reunidos esta segunda-feira, 22 de abril, decidiram unir esforços e avançar com um calendário de ações conjuntas para a defesa dos trabalhadores bancários.
Face ao diagnóstico da situação atual, constata-se que os trabalhadores bancários confrontam-se diariamente:
- Perda acumulada de poder de compra, para ativos e reformados (a taxa de inflação em 2023 foi 4,3%)
- Pressão para a concretização de objetivos irrealistas;
- Assédio laboral;
- Crescimento desmesurado de casos de Burnout;
- Flagelo das horas extraordinárias não pagas;
- Desemprego, face à destruição massiva de postos de trabalho em vários Bancos, condenando, injustificadamente, centenas de Bancários e suas famílias;
- Insatisfação e indignação dos clientes, que face ao encerramento de balcões e à falta de bancários são obrigados a deslocar-se e a suportar longas filas para atendimento;
- Protesto dos clientes devido ao pagamento de comissões cada vez mais elevadas, tendo como contrapartida serviços mínimos.
O ano de 2023 foi excelente para a Banca – todas as Instituições de Créditos (IC) alcançaram lucros avultados –, mas infelizmente os bons resultados não chegaram àqueles que para eles contribuíram: os trabalhadores bancários.
Numa atitude de arrogante intransigência, a Banca bloqueia a negociação, insistindo em propostas imorais e injustas de aumentos salariais e repudia a lei ao avançar com aumentos por ato de gestão.
Apesar dos enormes lucros, a proposta de aumentos salariais da Banca para 2024 não cobre, sequer, a inflação registada em 2023 – e muito menos compensa o poder de compra perdido nem reflete os ganhos de produtividade.
Os bancários merecem salários e pensões dignas – para tal, tabelas salariais e pensões de reforma têm de ser atualizados na justa medida.
Os Sindicatos Bancários repudiam o argumento da Banca de que há aumento da massa salarial, que inclui tudo, como prémios e incentivos – podem ser uma ajuda hoje, mas não se refletem no futuro, nomeadamente na pensão de reforma.
Todos os setores de atividade e todos os governantes, atuais e passados, defendem a necessidade de urgentemente aumentar salários … a Banca não pode ser a exceção.
Face a esta situação e à falta de resposta da Banca, os sete Sindicatos do Setor Bancário decidiram definir uma estratégia de ações conjuntas e elaborar propostas concretas.
Em breve serão divulgadas as datas e as ações previstas.
Lisboa, Porto e Coimbra, 22 de abril de 2024.