SINTAF     -     Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira - sintaf@sintaf.pt     -    Telef. 935 700 782

   Bom dia, em nome da Direcção do SINTAF – Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira, saudações ao congresso e todos os presentes.

   Sou Trabalhador da Banca e dirigente sindical no SINTAF.

   A banca em Portugal tem vindo a ter lucros históricos, conseguindo sempre bater os records anteriores. Em sentido contrário vão os aumentos para os trabalhadores da banca, estes trabalhadores têm vindo a perder poder de compra com um ritmo acelarado, mas os bancos têm sempre um problema qualquer para justificar esta situação. Os trabalhadores da banca no passado eram pagos acima da média Nacional e tinham condições igualmente melhores. No incio deste século o ordenado minimo não entrava na tabela salarial da banca, o nivel 6 dessa tabela era mais do dobro do salario minimo, hoje o ordenado mínimo já ultrapassou o nível 4 da tabela.

   Progressão nas carreiras é um palavrão maldito na banca – não existe.

   A banca aposta nas novas tecnologias, mas para justificar a redução do número de trabalhadores e o número de agências, cortando nos serviços prestados à população, seus clientes, e passando custos para essa população seja nas deslocações que se vêm obrigados a fazer, como ainda subiram os custos  de manutenção das contas e dos serviços prestados. Estas taxas exorbitantes são hoje o verdadeiro negócio da banca em Portugal. Sobem as taxas dos pouco créditos concedidos com muitas garantias, sobem as taxas dos serviços prestados, mas não sobem as taxas das aplicações financeiras feitas por o clientes.

   A Banca em Portugal tem também uma taxa de transformação, das mais baixas, da Europa, 79%, ou seja por cada 100 euros depositados apenas 79 são emprestados.

   Esta banca está muito longe de ser o tão propangandeado motor da economia, é sim um entrave sugando a economia Portuguesa, vivendo às custas dos Portugueses e suas famílias.

   Os fabulosos lucros gerados pela a banca em Portugal na sua grande maioria vão para fora de Portugal, depauperando a economia, só o Montepio e a C.G.D deixam os lucros em Portugal.

   A cartelização da Banco ou o arranginho que eles fizeram para todos lucrarem, conforme foi noticiado finalmente a banca foi condenada a pagar uma multa de apenas 225 milhões (a dividir por 11), em acontecimentos entre 2002 e 2013 a primeira sentença foi em 2019 com os recursos só em 2024 os bancos se vêem confrontados com o pagamento da coima ou seja mais de 10 anos depois, o crime compensa. E se fizessem nova investigação teriam mais coimas para pagar por os mesmos motivos e outros, mas estamos em Portugal onde o capital manda e o poder político e judicial obedecem.

   Neste país de salários miseráveis, temos as administrações dos grandes grupos económicos a receberem pequenas fortunas mensalmente. Ao nível dos salários dos trabalhadores estamos na cauda da Europa, mas ao nível das administrações estamos no top 5, já perderam qualquer pudor ou vergonha a diferença de um administrador para um quadro médio chega a ser de 60 vezes ou mais.

 

   Para todos os ataques aos trabalhadores além dos governos os patrões contam com a ajuda de umas associações que se dizem sindicatos, uns ligados à UGT outros dizem-se independentes, mas sempre prontos a compreender os problemas do patrão, mas será que os trabalhadores não têm problemas?

  Com as cargas de trabalho cada vez maiores devido à saída de trabalhadores temos assistido ao aumento de casos de "burnout", para colmatar os problemas que as próprias administrações criaram recorrem a trabalhadores precários através do "outsourcing", havendo aqui também um problema da possibilidade da quebra do sigilo bancário, mas isso só é importante quando se trata de um processo disciplinar com vista ao despedimento do trabalhador.

   Com persistência, organização e luta o SINTAF continuará, enquanto sindicato de classe a combater a política dos banqueiros e defender os trabalhadores.

   A luta continua.

   Sesimbra, 04 de Outubro de 2024


 

 

 

Lutar por melhores condições de vida e trabalho.

O trabalho e os trabalhadores têm de ser valorizados e não tratados como peças descartáveis.
A luta dos trabalhadores continua a ser, como sempre, elemento decisivo para resistir, defender, repor e conquistar direitos.
É o primeiro acto de participação sindical de um trabalhador.

Ter voz activa nos locais de trabalho e na sociedade

O SINTAF possibilita aos trabalhadores seus associados ter uma voz activa capaz de representar e defender o colectivo de trabalhadores.
O desequilíbrio existente na relação de forças entre a administração e os trabalhadores é reduzido se estes estiverem sindicalizados.

 

 

Combatemos a precariedade

Os trabalhadores com vínculos precários vivem entre o despedimento fácil e a não renovação do contrato de trabalho - são vítimas de ameaças constantes - sujeitos a diversos constrangimentos, chantagens e perseguições - estão mais expostos à exploração laboral e a salários mais baixos. Trabalham e vivem com medo de serem substituídos. A resolução dos problemas dos trabalhadores passa pela sua unidade, organização e pela contratação colectiva que o SINTAF propõe.

O trabalho e os trabalhadores devem ser valorizados e não tratados como peças descartáveis.
A luta dos trabalhadores continua a ser, como sempre, elemento decisivo para resistir, defender, repor e conquistar direitos.
A sindicalização é o primeiro acto responsável do trabalhador.